segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Em reparos



Faz tempo que não paro pra conversar sobre mim. Há meses que não sento, tomo um copo d'água e pergunto o que é que tem me feito tão mal (?) Por que não me respeito? Por que não me dou espaço? Sempre quis ser útil para as pessoas procurarem, conseguirem ajuda, encontrarem conselhos maravilhosos, prontos. E aqui fui ficando. Me sinto nada mais e nada menos que miúda em meio a tantos problemas que fui acumulando. E só parei pra falar disso agora, porque a saúde (a falta dela) está gritando.

Tô precisando de abrigo. Tô meio sem rumo. 
Ninguém reparou esse olhar cansado? Meio mudo? Ninguém reparou que o sorriso não é mais o mesmo (quando tem sorriso)? Será que ninguém percebeu que a solidão tem sido minha pior e única companhia? Nem eu reconhecia tudo isso.

Deixei a ansiedade e a pressa me sugarem até agora. E veja só. Não consigo nem traduzir a bagunça que está aqui dentro. Só queria ouvir o silêncio, não apenas esse que já faz parte de mim... Mas algum que me desse resposta e paz.
Resposta de quê? (Poderia você questionar)

Gostaria, sinceramente, de saber se devo ir ou ficar. Se devo desistir ou tentar. Se devo tomar coragem ou deixar pra depois. Se devo pedir ou acreditar que tem que ser desse jeito mesmo. Se. Se. Se. Só me pego assim. Está tudo desorientado.
O mundo todo ao avesso e ninguém percebeu (?!) 

Qual é o sentido de viver para trabalhar? Qual é o sentido que existe para guardarmos tantas palavras em nossos corações? Por que não as liberamos facilmente? Por que não reclamamos daquilo que nos incomoda? Por que tanta gente se encontra assim como eu: cheia? Cheia de tanto guardar frases, engolir sapos, sustentar fardos em silêncios.

Chega uma hora que não dá mais.
É aí que penso: o que devo eu fazer?
Ainda não tenho a resposta concreta. 
Mas de uma coisa sei: não dá pra continuar mais assim.

Então avisa aí
minha alma está em reparos
e o meu coração também.

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