quarta-feira, 20 de julho de 2016

Feliz Dia do Amigo, pra quem?


Quando liguei o computador nessa quarta, reparei que hoje é o Dia do Amigo, e que essa data já me deixou confusa e entristecida muitas vezes. Mas hoje não, hoje foi diferente. Preferi relembrar de algumas coisas que já me doeram muito, porém venho superando dia a dia. Nunca foi fácil.

Acho complicado encontrar alguém que não goste muito de outra pessoa. Todo mundo, lá no fundo, tem aquele apego por pessoas especiais. E confesso que já sofri muito por gente que eu pensava que gostava de mim. Com isso, fui crescendo e analisando quem realmente merecia meu amor, meu tempo e minha atenção.

Já fui daquelas amigas que demorava séculos para responder uma mensagem. Já fui aquela que marcava pra sair e deixava todo mundo esperando e depois encontrava uma desculpa qualquer e ia fazer outra coisa, quem sabe, dormir (mesmo que muitas vezes tenham me julgado errado). Depois de tanto chamarem minha atenção, fui tentando mudar isso. Falava demais, prometia demais, e não fazia por merecer as amizades que tinha. 

Depois fui transformando naquela amiga que sabia a data da última mensagem, que lembrava de tudo que conversava ao telefone, que não esquecia do aniversário, nem do dia do amigo, nem do namoro às escondidas daquela amiga, nem das desculpas que inventamos para os pais. Passei a não esquecer, de nada e nem ninguém. E foi aí que sofri. Ligava sem parar, mandava email, fazia chamada pelo Skype, e algumas pessoas passaram a correr de mim. E foi aí que eu chorei. Chorei muito.

Não consegui lidar com o meio termo. Fui apostando todas as fichas, queria mostrar que estava totalmente presente em absolutamente tudo. Que estava de corpo, alma e coração. Estava inteira nas relações. E foi aí que vi todo mundo ir embora. Isso porque lá atrás, já vi tanta gente indo devido as minhas desculpas, mentiras e traições. Quem aí tem coragem de assumir seus erros? Eu tenho. Foram muitos inclusive. Continuo errando, confesso. Mas tenho tentado lidar com minhas falhas. 

Pois bem, fui vendo tanta gente saindo da minha vida a medida que ia crescendo. Ao mesmo tempo, minha vida mudando e percebi que ninguém queria me acompanhar. Não podia, novamente, dar cem por cento de atenção, mas demonstrava em mensagens carinhosas, ligações, postagens no Facebook, que eu estava ali. Talvez não tenha sido o suficiente. E não foi mesmo.

Hoje? Hoje eu não sei, não vou ligar para ninguém. O coração esfriou. Perdi pessoas que, no fundo, gosto até hoje, mas tento não pensar nisso para sofrer menos. Procurei, ok? Fui atrás de cada um, só que devo respeitar o tempo e os traumas. Até porque sofri bastante também, mas aprendi a perdoar. Nem todo mundo aprendeu ainda. 

O Dia do Amigo me serve hoje para refletir. Refletir sobre aquele amigo que pensei que podia dar certo como mais que amigo, e não deu. Refletir sobre aquela amiga que foi morar fora e nunca consegui me despedir. Refletir sobre aquele amigo que prometeu não me esquecer, mesmo mudando para muito longe e até hoje não respondeu minhas mensagens e emails. Refletir sobre as vezes que prometi ser amiga, estar disponível, e na verdade fui uma grande traíra, sumi. Refletir sobre aquele cachorrinho, Duck, que prometi estar a vida toda junto a ele, e acabei dando pra minha tia, assim sem satisfação. Refletir sobre as inúmeras vezes que pensei que estava sendo amiga, que tinha amigos, quando na verdade, era só eu e eu mesma.

Porque apesar de tudo, pelo menos, não me abandonei. 
Mas sigo aprendendo.

2 comentários:

  1. E que, acima de tudo, o carinho venha espontaneamente.
    Do contrário, não vale a pena.

    Beijão!

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    1. Verdade, Helena!
      E enquanto isso vamos aprendendo.

      Um beijo!

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