sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Em cada mesa uma história

       
            Hora do almoço. Me direciono ao restaurante. Me sirvo. Sento-me em uma mesa. A minha frente está um casal de velhinhos. Fico observando-os enquanto como. Quanta paciência, quanto carinho, quanta harmonia e quanto amor. Fazia tempo que eu não via algo assim. Um casal tão bem entrosado. Pareciam não discutir. E por um momento cheguei a pensar que alguns casamentos podem dar certo. E que o meu, lá no futuro, possa dar certo como o que parece ser daquele casal de idosos. O que me fez refletir ainda mais - em meio a virada do meu suco - foi que eles tinham calma. Calma para se olharem, calma para comerem, calma para pegar em suas mãos. E amor. Irradiavam amor naquele espaço. E eu me senti tão bem e tão mal ao mesmo tempo. Bem porque eles estavam felizes juntos. E mal porque eu não estava junto de ninguém e estava triste por ter ficado mal após uma cena tão doce. Peguei o celular pra ver se tinha algum torpedo novo, algum whatsapp. Mas nem isso encontrei. Paguei minha conta, dei uma última olhada aos dois e fui embora.
         Em meio ao balançar dos meus cabelos cacheados, senti que o amor ainda existe. E que por mais que eu tenha desilusões, tão nova como estou, quando eu menos esperar encontrarei quem me fará sentir bem e completa como aquela moça dos cabelos grisalhos estava se sentindo.
         Um dia. Quem sabe. Eu só espero encontrá-lo. Nem sei qual será seu nome. Só sei que será extremamente bem vindo aqui dentro de mim. E fora. E dentro de novo. Será meu, na hora certa.

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