quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O encanto chamado amor

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Me mudei daquela cidade do interior. Realizei meu maior sonho, e me fixei na cidade grande. Fui pra um apartamento que está localizado em frente a Lagoa Rodrigo de Freitas. Peguei minhas malas e comecei a arrumar os novos cômodos. Abajur ali, criado mudo de cá, poltrona branca no canto, condicionador na prateleira, esponja... Ok, tudo acabou ficando em seu devido lugar. Para eu poder descansar, resolvi pedalar em volta da Lagoa. E enquanto fechava a porta da minha nova residência, encontrei ali, meus novos vizinhos. Eles me cumprimentaram primeiro. E foram tão amáveis, tão gentis. Ela tinha 27 anos, e ele 29. Eram irmãos. E estavam, também, indo dar uma volta de bicicleta. Mas antes de tudo, resolvemos nos conhecer direito. Fomos até um quiosque, e ali nos sentamos. Enquanto conversávamos, juro, não conseguia tirar meus olhos do rapaz. Que sorriso, meu Deus! Que sotaque! Que olhos! Mas calma, ele deve ter namorada... ou não! Até que o próprio me perguntou se eu estava em algum relacionamento. E em meu ao meu sorriso frouxo, respondi que não. E fiz a pergunta pra ele também. E "os olhos lindos", acabou me dando a mesma resposta. Ah, isso já era um bom começo para uma garota do interior. Um vizinho bonito, e além de tudo, simpático. Mas tudo bem.  Não era o que eu procurava. Eu, com meus 26 anos, tinha acabado de sair de um relacionamento conturbado. Aqueles, que a mulher ama sozinha, sabe? Então. Eu estava ferida, ainda. E o canalha? Estava na pista, para qualquer tipo de negócio. E acabei me lembrando de que antes de eu me mudar, havia prometido que não me apaixonaria de novo, ou não tão cedo.

Já era domingo. Dia de pedalar, correr e tomar água de coco. Ou melhor, dia de fazer tudo que não fazia na pequena cidade. Fechei o apartamento e fui em direção ao meu destino. Coloquei meus fones de ouvido e minha música preferida. Aquela em que, em inglês, deixa bem claro: "...and she will be loved...". Sim, ela será amada. Talvez hoje ou amanhã, quem sabe... Corri, corri... até que caí no chão. Um rapaz que vinha em direção contrária, esbarrou em mim. E com toda a educação do mundo, parou e me ofereceu a mão. Retirei o cabelo dos olhos e aceitei a ajuda. Ao levantar, vi que era o meu vizinho. Sim, era o Marcos. E ele todo envergonhado me pediu desculpas. E eu me culpei pelo incidente. Ele, então, para não ficar tão mal comigo (apesar de que não ficaria mal de jeito algum), me ofereceu um picolé. E ali fomos ao encontro do vendedor. Espera aí! Não sei se devo comparar. Eu sei que não devo, na verdade. Mas é que, namorei 7 anos com o outro cara e ele nunca foi atencioso como este rapaz. Juro! Mas eu sabia que um dia tudo isso iria mudar.

Eu poderia passar horas escrevendo sobre o Marcos e nossos encontros não programados, como este. Mas antes de tudo, devo confessar que quando tem que acontecer algo, simplesmente acontece. Ninguém consegue impedir. O destino dá um jeito de unir, principalmente, duas pessoas. Quem diria? Eu tive que passar por um péssimo relacionamento, tive que sofrer, pra poder valorizar quem eu tenho agora. E diante de tantos fatos, tantos desencontros, eu acabei tendo que sair de onde nasci, para encontrar quem iria me fazer feliz. Ou melhor, quem me faz feliz. Pois hoje, sou completa. Dou e recebo amor, atenção, carinho... e entre outras coisas. Por isso, por mais que eu tenha pensado em desistir do amor, meu coração sempre esteve aqui... implorando por este sentimento que é capaz de unir pessoas completamente diferentes. E que faz o impossível acontecer. Faz o coração ferido se curar. E faz mulheres e homens se renderem ao encanto que é amar.

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