domingo, 6 de janeiro de 2013

Cérebros desperdiçados


"Mais um sábado. Oba! Mais um dia pra eu ficar em casa vendo televisão." Bom, foi o que eu pensei que iria acontecer. Só que meu telefone tocou, e eu que estava ao lado, atendi rapidamente:
  - Alô? - perguntei curiosa
  - Oi, Ana! - ouvi do outro lado do telefone
  - Oi? Quem é? Ah, Bia? - tentei adivinhar
  - Sou eu. Sua prima maravilhosa. Vamos sair? Meus amigos estão nos chamando para um churrasco, piscininha, cerveja... Você topa né? - Bia me perguntou eufórica
  - Quê? Churrasco? Mas já são 15:35! Já almocei! Nem estou arrumada. Vou ficar aqui vendo televisão mesmo. Boa festinha! - eu disse despreocupada
  - De jeeeeeeito nenhum! Daqui a pouco eu e a galera vamos passar aí na sua casa pra te buscar! Vai ser legal! E você precisa se divertir...Conhecer novas pessoas! - ela dizia toda animada
  - Se eu não aceitar você não vai me deixar em paz mesmo, né? Eu vou então. Que saco! E vou me arrumar. Beijo!
  - Tá! Correeee!
(desligamos)

Era mais um daqueles papos que tenho (sempre) com a minha prima preferida. Que apesar de louca, é muito especial e já passou por muitas dificuldades, assim como eu... Principalmente em relacionamentos frustrados. Por isso damos tão certo. E eu não podia recusar um convite desse. Até porque ela nunca recusa os que eu faço.

Então, me arrumei correndo e logo eles chegaram. Fomos parar em uma mansão, num bairro nobre de São Paulo. E ao chegarmos, me sentei em uma cadeira próxima a piscina. E como sou muito observadora, percebi o quanto os jovens estão bebendo. Vi duas mulheres vomitando na piscina, e três caras beijando-as e passando as mãos como se fossem pratos de comida que todos pegavam. Sei que a comparação é suja, mas tinha que ser algo que se assimilasse a cena. E eram todos sujos: os caras, as meninas e aquelas garrafas que boiavam.

Ok. Não me senti bem naquele lugar. Mas o que eu via me deixava ainda mais instigada. E então, comecei a conversar com dois jovens que tinham 20 anos. E o assunto era relacionamento. Bom, como eles eram mais velhos que eu... Pensei que seriam maduros e que iriam me falar sobre romances que tiveram. Mas não. Pensei errado, e muito! O que ouvi foi mais ou menos assim: "Mulher? Eu pego e jogo fora! Pego a que eu quiser! Tá vendo aquela caminhonete parada ali? Nenhuma mulherzinha resiste. Todas pulam pra dentro do carro e eu faço a festa. É só dar uma bebidinha que elas fazem o que eu quiser. E assim vou pegando geral, mina." Mina? Geral? Quê? Depois de ouvir isso eu quase vomitei como aquelas meninas, e olha que eu nem tinha bebido. Mas as palavras eram tão nojentas, podres. Que cheguei a sentir que todas as mulheres tinham sido estraçalhadas naquele momento. Levantei-me, peguei um táxi e fui direto para a minha casa. Sem barulho, e sem despedidas.

E ao chegar à minha residência, perguntei-me: "O que está havendo com o seres humanos? Porque não querem amar? Porque não se respeitam? Porque querem resolver tudo a base de cachaça/pinga/cerveja? Porque gostam de falar tão mal do sexo alheio e até do próprio sexo? Porque? Porque?."Eu me perguntava sem parar.

Sabe, tenho 19 anos. E ao ver uma cena lastimável, como aquela, concluí que não vou deixar de pensar nos sentimentos e de querer o que sempre quis: um amor. Mas não um "amor" qualquer, barato, desses que morrem afogados em meio as garrafas de cachaça, ou desses que são "vomitados" em qualquer festinha. Eu quero um amor baseado na responsabilidade, no respeito, na paciência, na honestidade, etc.Eu sei que posso encontrá-lo, porque sei que em meio a esse mundo de gente errada e desconcertada, existem pessoas, como eu, que querem formar famílias e que querer ser felizes ao lado de "outros alguéns". 

E por mais que essas cenas tenham tentado me abater, me fazer desistir... Não deixarei de te procurar, querido. Tudo tem seu tempo, não é? Nossa hora vai chegar. E quando chegar, vamos nos embriagar. de amor. Porque eu só quero alguém que se preocupe. Que ame de verdade, e que não tenha medo de mim, do meu amor e dos meus defeitos.

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