sábado, 15 de outubro de 2016

Ai, garoto

Se é que sinto alguma coisa aqui dentro. Talvez eu nem sinta nada quanto a você. Mas se é que sinto, a verdade é que não, não vou te ligar. Não pense que estou ao lado do telefone esperando ele tocar, também não. Parece que já desisti de todos os caras possíveis e impossíveis. É que chega uma hora que cansa. E cansei.

Não me espere na porta do seu trabalho às seis. Nem na porta da sua casa às oito. Nem nos restaurantes que você frequenta. Muito menos nos churrascos dos seus amigos. Porque eu não vou te procurar. É que cansei dessa história de gato e rato, sabe? A verdade é que em tantos momentos quem sofreu fui eu. Foi bem aqui que doeu. 

Te dou tanto espaço, né? Todo mundo até questiona. Deixo cada um pensar como quiser. O que importa é a paz que sinto. É saber que não vou te procurar, não vou te ligar de madrugada, e ainda sabendo que tudo isso não faz parte de nenhum jogo do amor ou terror, sei lá. Faz parte de mim. De quem eu me tornei depois de tanta história mal contada, tanta dor no peito, na alma, no coração.

Se quiser bater a porta, eu vou abrir. Não te negaria algo assim. Mas só. Porque de resto, não prometo nada. Não espere nada. Não. Não. Desde o princípio te disse que eu era confusa, e você aceitou continuar. Só que a verdade é que não estive tão certa como agora. É desinteresse, paz, calmaria. Vontade de ficar sozinha. O que tiver que acontecer vai ser acréscimo do que já está completo.

E, rapaz, quem tá completa, finalmente
sou eu.

2 comentários:

  1. Boa tarde, Ai... garota, escreveu bem o que se chama uma desilusão, falta de respeito e consideração, Ai... garota, a vida continua, alguém tem a chave para abrir o seu coração.
    Ai... garota, feliz domingo.
    AG

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    Respostas
    1. A vida ainda tem muito a surpreender.
      Adoro seus comentários.
      Sempre os aguardo.

      Beijo grande!

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