terça-feira, 25 de outubro de 2016

Sempre gostei de arte


Mas a vida me concedeu outra estrada.
Sempre gostei de palco.
Mas acabei indo estudar biologia, química, física e engenharia.
Já me perdi tantas vezes imaginando fazer vários personagens.
Indo além de mim.
Mas tive que ser cada vez mais eu. Real. Puramente real.

Já pensei em ir embora e largar tudo isso que é tão concreto agora.
Correr atrás dos verdadeiros sonhos.
Pegar o primeiro ônibus, entrar na aula de teatro e viver fazendo peças pelo Brasil.
Viajar do Rio de Janeiro a João Pessoa. Depois pegar um atalho e descer até chegar em São Paulo. 
Que sonho gostoso esse de poder ser quem realmente mora aqui dentro de mim.
Nessa estrada que estou percorrendo, não consigo ver nada próximo ao que realmente desejei. 

Tento me forçar a gostar de tudo isso. 
Mesmo quando sento em frente a televisão e me imagino com todas aquelas falas, em meio aqueles cenários e sendo morena, loira, careca, ruiva, cabeluda. Dando vida a tantas que moram em mim.
O presente me surpreendeu tanto, espero que o futuro também.
Quem sabe um dia, vai. Você ainda ouça dizer que larguei tudo e fui viver do sonho e que por mais que tudo esteja incerto, a alegria esteja morando aqui, bem dentro de mim.

Te juro, um dia ainda vou me permitir. 
Não sei a data. Não sei o horário. Não sei com qual idade.
Só sei que vou tentar.
Tentar pular da poltrona do teatro ao palco.
Do sofá da sala ao sofá da cena. 
Da poltrona do cinema a tela.
Talvez me encontre aos quarenta ou sessenta na fila para me matricular na aula de teatro.
E depois ainda me veja num musical fazendo sapateado.

Sabe, 
não há idade para sonhar.
Muito menos para realizar.

Te juro.
Um dia ainda vou viver
o que realmente quero viver.

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