Era sábado. Me ligaram e disseram que você estava lá. Estava onde eu não podia estar. E como isso me doeu. Por vários momentos eu já quis trocar o que estava fazendo e ir correndo para os seus braços e, na maioria das vezes, não foi possível. Sei que este sábado foi mais um dia em que eu tive que imaginar você conhecendo novas garotas e colocando-as em meu lugar, no lugar que eu deveria estar. E não podia, como já disse.
Acho que o destino quer tudo, menos que fiquemos juntos. Em dois anos já nos desencontramos tanto e, penso que não é pra ser nós dois mais. Só que eu sempre quis tanto. Sempre pedi tanto ao céu, ao mar e ao vento. Mas os desencontros não nos deixam juntos. O tempo é curto. E a distância faz as coisas ficarem mais insuportáveis do que já são. E você, ah, você não se importa muito e acaba não "trabalhando" para que possamos ficar juntos de vez. Aliás, você nunca trabalhou contra os acasos o suficiente para acontecer algo que pudesse nos unir de uma vez por todas.
Mas eu sei que aquele fim de semana foi mais um em que ficamos longe um do outro. E em você pode não ter doído, mas eu padeci em mais uma noite. Foi como um filme de terror, aliás, comparar a um filme desse tipo ainda não é o suficiente. Foram pensamentos, duros pensamentos que me causaram aflições. E o pior, eu tive que permanecer calada, porque pela primeira vez eu estou conseguindo adquirir um pouquinho de orgulho. Pela primeira vez estou tentando te mostrar que você não é meu dono, que não consegue me dominar o quanto pensa que é capaz. Mas ainda por trás de todo esse fingimento, tem um coração que clama, todos os dias, a sua volta.
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