quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Toda escritora é triste?


Não.
Já começo respondendo o título de maneira curta e direta porque simplesmente, todas as vezes que alguém lê o que escrevo pensa que sofro todos os dias, escrevo chorando, perco noites pensando no que já foi e não é mais.
Queridos, desacostumem-se, e aceitem que a escritora gosta de olhar a vida em volta e sua própria vida com uma perspectiva diferente. A escritora tem que sentir ao momento que escreve, para assim repassar verdade. 
A escritora tem que passar, através dos parágrafos, a dor de quem chorou, de quem perdeu, de quem foi embora, de quem morreu e deixou tanta coisa pra trás. 
A escritora tem que saber porquê João não quis ficar com Paula, e se é que isso tem um motivo. Tem que entender o porquê Paula gostou tanto de João e o que fez ela terminou com Pedro. 
A escritora tenta descrever, em cada linha, como é a vida da Larissa que mudou de cidade, largou a família, os amigos, para tentar realizar seu sonho de ser atriz. 
A escritora tem que ser Mart Reff, mas também pode ser outro alguém.
A escritora quer sentir o que ninguém consegue entender e, mesmo assim, sente.
A escritora usa seus cadernos, sua caixa de texto, seu email, na tentativa de que as pessoas se vejam em cada trecho, e não desistam delas mesmas.
A escritora busca o sentimento que muita gente acha que acabou.
A escritora é aquela que passa horas na frente de um computador procurando histórias, inventando algumas e contando as que já viveu, que já ouviu ou queria que acontecesse. 
A escritora não desiste do amor, do carinho, dos sonhos, da verdade, dos porquês, dos diversos motivos, das tristezas, das desilusões, das mudanças. Da vida.
A escritora não quer ser mais uma pessoa que não vê o que as outras sentem.
Ela quer emprestar seus dedos num teclado, emprestar suas mãos ao escrever e deixar seus ouvidos sempre à disposição de novas histórias.

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