Não tem como voltar

"Corações são frágeis. E acho que mesmo quando a pessoa se cura, ela nunca mais volta a ser como antes." (Cidade dos Anjos Caídos)

Verdade.

Pelo menos comigo é assim. E ainda acho que a cura é totalmente parcial, porque o coração não volta a ser o que era. Digo isso por mim, ele está totalmente endurecido, frio. Antes até pensava que as pessoas me cobravam demais, que poderiam estar exagerando me enchendo de críticas e dizendo que eu vivia sozinha. E aí que tá. Continuo sozinha. Não consigo me relacionar com ninguém. Só sei fugir.

Tenho esse vício em experimentar todo dia uma liberdade diferente. E quando penso na possibilidade de alguém cortar minhas asas, já corro. Corro o mais rápido que posso. Simplesmente sumo.

O problema é que sempre penso o pior. Não deixo nem acontecer. Minha armadura já aparece pra todo mundo ver. Assusto mesmo. Não consigo nem me entender, não posso cobrar isso das pessoas.

Aliás, eu não consegui mudar isso ainda. Me entender eu consigo. Só eu sei fazer isso. Quando olho pra trás, vejo tudo que passei, e reconheço porque estou dessa maneira.

Não digo que não vou mudar. Posso afirmar que tenho tentado me dar novas chances. As oportunidades aparecem sutilmente, e ando pisando em ovos. Sabe? Tenho cuidado até pra escrever uma mensagem. Tenho que aprender a lidar. O tempo vem me ajudando. Tenho certeza.

Talvez um dia você me encontre por aí em um banco da praça sentada sozinha, lendo um livro ou ouvindo uma música. Tente entender, nem que seja um pouco. Existem pessoas (como eu) que se satisfazem com a própria companhia. Muitas vezes não são compreendidas, mas no fundo elas tem um bom papo e não negariam uma conversa. Só não sei se isso se repetiria. É que nós gostamos de nos apresentar e simplesmente deixarmos o banco.

É o nosso jeito.

E que sente o próximo.