terça-feira, 25 de outubro de 2016

Carta de um alguém que nada entendeu


Hoje já é 25 de outubro. Quase 26 para ser mais exata. E nada de você. Tive que abrir uma caixa de texto para colocar todos os pensamentos que começaram a me atormentar pra ver se assim consigo entender alguma coisa, desvendar esse mistério absurdo que tanto me enlouquece.

Foram noventa e sete dias conversando no decorrer da manhã, tarde e noite, dividindo a vida, a rotina, os sonhos, e as noites mal dormidas. Foram emails enviados, recebidos, respondidos. Foram mensagens no celular, Facebook, Skype. Foram ligações nas noites de sábado e domingo. 

Mas esse lado daqui começou a ter grandes problemas, e o daí só foi se distanciando. Fui me abrindo como não fazia há muito tempo. Mostrando assim cada versão de mim. Sinceridade. Só sinceridade, pensava. É o que vale, não é mesmo? Não valeu. 

Deu problema aqui e você aí não quis saber. Era ainda uma fase de conquista, flerte, e acho que você teve pressa para conseguir só coisa boa, sorriso, alegria. Mas em um certo momento da minha vida, fiquei em meio ao caos. Você não quis conhecer esse meu lado meio temporal, meio triste. Se mandou.

E o mais louco, não deu explicação. Saiu deletando todas as conversas, recusando as ligações e desfazendo amizade nas redes sociais. Aqui fui me perdendo e ao mesmo tempo me encontrando, vendo que a solução nunca foi você, e olha que nem cheguei a pensar claramente isso. Sempre fui muito pé atrás. Só que na dor, onde pensei que você ficaria, foi aí que se retirou. Com absoluta certeza.

Não conseguiu me acompanhar, segurar minha mão, fui perdendo o foco e o chão. Não por você. Mas pelo que passava e ainda passo. Continuo nessa, dá para acreditar? E a culpa não foi minha. Estou sendo levada pelas ondas. Mas quando conversava contigo, tentava explicar minha ausência, que nem estava acontecendo, o celular andava no bolso e sempre te dava resposta e puxava papo. 

Mas sei lá o que você sentiu. No fundo penso que não queria problema pra você, e olha que nem te dava. Nem favor pedia. Sempre fui tão na minha. Sozinha. Em paz. E aí chega essa versão meio irreal que consegue fugir na pior maré que podia me atingir. Você só se foi. Nem olhou para trás. Remou. Remou.

Sinceramente? Acho até que precisava de alguém para conversar, contar o que estou passando e perguntar como anda a vida. Mas esse alguém com certeza não se trata de você. Se não consegue ficar com meu pior, não merece o meu melhor. 

Rema mesmo. Vá para bem longe. Porque essa aqui, já aprendeu o bastante contigo, não vale a pena esperar companhia nem diferentes atitudes de quem não tem. Mas eu? Eu surfarei por todas essas ondas pesadas que tentam me atingir grandemente, e ainda conseguirei subir no barco e seguir em frente. 

Quem sabe um dia você ouça falar de mim. Que continuei a vida. Consegui colocar tudo no eixo, e que sozinha ou não continuo sendo sincera as minhas palavras: de ser feliz e fiel a mim e qualquer outra pessoa que eu vá me envolver.

Porque do lado de cá: só verdades.
Nada de palavras ao vento.

4 comentários:

  1. Bom dia, neste mundo virtual as pessoas (algumas) escondem o que são verdadeiramente, transmitem o que não são, não se importam minimamente em causar desilusão e dor a quem revelou o seu sentimento, assim sendo, valeu o momento e aprendizagem para o futuro, "nem tudo o que parece o é."
    A vida obriga-nos a estar preparados para ultrapassar o inesperado que surge para mal.
    Feliz fim de semana,
    AG

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    1. Exatamente.
      Disse tudo!
      "Nem tudo o que parece o é."

      Queria eu ter a oportunidade de publicar um texto escrito por você em meu blog. Seria um prazer.

      Boa semana.

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  2. É decepcionante quando em momentos difíceis as pessoas que imaginamos estarem ao nosso lado, simplesmente, fogem. A verdade é que são situações ideais para sabermos quem devemos valorizar realmente.
    Fique bem!

    Beijão!
    Blog: *** Caos ***

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    1. Realmente, Helena.
      Não devemos esperar nada das pessoas.
      Mas são em momentos assim que vemos quem gosta da gente.

      Grande beijo

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