sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Oi, minha eterna amiga


Não sei se posso te chamar pelo apelido ainda, mas o inconsciente faz isso por mim, por nós. Fazia um tempo que não escrevia sobre você aqui, por outro lado, faz tempo que você não sai da minha cabeça nem do meu coração. Aliás, desde o dia que te conheci, louco, não?

Se me permite, deixe que eu diga algumas coisas que trago aqui no peito, nesse peito tão machucado misturado com saudade sua. Tanta coisa aconteceu, mas em diversos momentos da minha vida, desde os mais difíceis aos mais alegres, foi para você que tive vontade de ligar e contar, foi seu nome que eu quis dizer quando me perguntaram sobre saudade, e eu disse infinitas vezes e continuo repetindo.

Tenho que te contar que se você pegar meu celular agora, fotos nossas vai encontrar. E se abrir minha biblioteca de músicas, vai encontrar aquelas nossas todas preferidas de quando cantávamos e dançávamos sem nenhuma preocupação. Se abrir meu Facebook, álbum por álbum, ainda vai ver todas as nossas fotos, nossas mensagens salvas, assim como no email e whatsapp. Sabe, não consegui te excluir de dentro de mim, isso nunca fez sentido se você sempre esteve aqui tão viva, apesar de tudo, e utilizando todos esses meios ainda consigo te encontrar, te rever.

Não sei onde que eu estava com a cabeça naqueles meses onde tinha tempo para tanta gente, e simplesmente atropelei nossa amizade. Não sei onde tirei coragem para fazer coisas que dentro de mim eu me negava, dentro de mim não estava satisfeita. Não sei como pude esperar tanto tempo ainda, mas foi o tempo que você disse que precisava e acabei tendo que respeitar, mesmo querendo correr loucamente em direção ao seu abraço, o abraço que já supliquei tantas vezes nos momentos de angústia.

Sinto saudade dos nossos momentos juntas, das risadas altas, das lágrimas divididas, das conversas, dos planos de viagens, de dividir as músicas preferidas, das ligações a noite, no meio da tarde, dos lanches, da coragem que sempre tive de dividir meus medos com você, de ser eu mesma. Que saudade.

Agora me diz, como que eu explico a todos que você continua sendo minha melhor amiga desde sempre, sendo que nem temos mais contato diário, não nos encontramos e nem bebemos mais juntas? Como eu explico a coragem que tenho de atravessar meus erros do passado, levando na bagagem só meu aprendizado para te oferecer e mostrar que mudei? 

Deixe-me dizer que não quero me culpar mais por tanta coisa, assim como não te culpo de nada. Passou e aprendi da pior forma, que foi tendo que me afastar ainda mais. Foram as circunstâncias que não nos permitiram caminhar juntas, mas passou, tudo passou, assim como o tempo. Não se preocupe, não carregue o mundo em seus ombros nem a nossa história que doeu em ambos os lados, tudo bem? O sentimento aqui está mais forte do que antes, e é seu. 

Ah, minha-eterna-amiga-mesmo-que-talvez-não-queira, ainda quero que saiba que aqui dentro te guardei, ainda guardo, e guardarei. Apesar de tudo, tudo mesmo, entenda de uma vez, sempre foi tão fácil falar sobre você. 

2 comentários:

  1. A dor de perder uma amizade não se iguala a nenhuma outra.
    Sinto muito.

    Beijo.
    Blog: *** Caos ***

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    1. Realmente, Helena.
      Mas só de sentir saudade quer dizer que valeu a pena.

      Beijos

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